Continuação de Encontro
Ana ia no carro, de carona. Mas seu pensamento voava ... Ela olhava para fora, pensando na vida, nas coisas que estavam acontecendo e de como ela deveria estar ficando louca ao aceitar as coisas que a vida lhe teimava fazer acontecer.
Dentro de seus devaneios, ela ouvia uma voz sufocada chamando por ela. Sabia que havia alguém chamando-a, mas não sabia quem. Foi quando ela sentiu um tapa na perna. Ao despertar para a realidade que a circundava, ela se deu conta de que era sua amiga, Michele, que dirigia e falava com ela:
- Ei, onde você está amiga?
- Hã? Ah ... desculpe. Estava longe longe ...
Um sorriso amarelo se esboçou no canto esquerdo da boca de Michele, que balançou a cabeça em sinal de reprovação. Ela já conhecia a amiga há muitos anos para saber que isso era problema.
- Que foi? Até parece que é você quem vai casar. Relaxa! Você não vai casar. E, depois, é apenas uma festa de despedida de solteira para a Sandra. Nada demais.
- É ... eu sei ... - E seu pensamento mais uma vez voou pela estrada.
O que a preocupava, na verdade, era a nova responsabilidade que ela assumira alguns meses antes.
Sentindo que necessitava de uma guinada em sua vida, ela decidiu que, já que não tinha marido, ou quase, ela mesma iria iniciar uma família. Seu casamento com Roberto não havia dado certo. Ela sempre havia pedido uma criança, mas a teimosia irracional dele não havia deixado isso acontecer. Hoje, ela agradecia.
Talvez uma ligação tão forte e, por que não dizer, definitiva com Roberto não fosse o melhor para ela no momento. Mesmo assim, ela sabia de sua necessidade de ser mãe, ainda que mãe solteira. Mais ainda, sabia de uma necessidade maior ainda.
Decidida que estava, ela havia procurado algumas instituições para adoção de crianças. Não obteve muito sucesso. De inicio, ela queria uma criança recém nascida ou com, no máximo, 1 ano de idade.
Só que a burocracia atrapalharia tanto que quando ela conseguisse a guarda talvez a "criança" já estivesse com 18 anos.
Mesmo assim, ela estava determinada. Michele tentou tirar essa idéia da cabeça de sua amiga inúmeras vezes, mas Ana não deu ouvidos. Ainda assim, ajudou-a a conseguir alguns meios mais rápidos para a adoção, já que Michele era advogada.
No último orfanato em que ela foi, ela se encantou com uma menina. Ela tinha os cabelos ruivos, era sardentinha, tinha a estatura certa para a idade e parecia a criança perfeita para Ana. Além disso, ela era linda. Talvez seja crueldade, mas os pais adotivos sempre procuram crianças bonitas. Ana não tinha essa concepção. Ela queria qualquer criança para ser seu filho ou filha. Independente de ser negra, amarela, verde, azul ou roxa! Mas, quando viu Laura, ela se encantou. E ela soube desde o início.
"É ela!"
Na primeira vez em que viu Laura, ela estava num vestidinho desses de criança. Seus cabelos estavam bem penteados e ela usava duas trancinhas. A assistente social sempre dava alguns minutos para que os adultos conversassem com as crianças. Laura, assim que viu Ana, pareceu também se hipnotizar por aquela que viria a ser sua mãe.
Meses se passaram até que a justiça concedesse a guarda para Ana. Provisória, já que a mesma justiça exigia que Ana tivesse residência e trabalho fixo, além de marido. "Que absurdo!", sempre pensava ela ao lembrar dessa pequena "cláusula contratual" que talvez fosse o único impeditivo dela poder estar com a pequena Laura.
E esse era justamente o único e enorme problema. Ela estava ainda, legalmente, casada com Roberto. Ele não havia assinado os papeis da separação e consequentemente o divórcio ainda não havia sido completamente concretizado. Ela ainda se lembra da última vez em que o viu, no Fórum, na presença dos advogados de ambos, para tentar uma separação amigável.
Roberto parecia irredutível na idéia de separação. Mas Ana não queria mais a companhia daquele que por 3 anos pareceu mais um fantasma que um marido. Motivada pela relutância de Roberto em assinar o papel do divórcio, ela iniciara uma separação litigiosa.
A primeira instância havia dado ganho de causa para Ana. A separação dos bens havia sido feita e Ana havia recebido uma vultosa soma, que daria para custear vários anos de vida caso ela não quisesse mais trabalhar. "A primeira etapa está concluída.", pensou ela ao dar por encerrada essa primeira fase do litígio.
No entanto, a segunda e última fase só seria dada depois de dois anos de separação formal. A justiça exigia isso, para um caso de uma recaída entre ambos. Certamente Roberto esperava que isso acontecesse. Ana, não.
E agora, a menos de 2 semanas para o julgamento do divórcio, tudo que ela menos precisava era que seu divórcio saísse, por conta de Laura. Se saísse, ela teria de abdicar da única felicidade que ela teve nos últimos 3 anos, que era sua filha. Caso o divórcio não saísse, teria de ficar junto de Roberto. Isso porque o Assistente Social requer a presença constante de ambos os pais para a formação sadia de uma criança. Dai o fato de se requerer um marido na equação.
Ana achava isso um absurdo, já que ela era filha de mãe viúva. E sua mãe nunca precisara de um pai para que pudesse ensinar suas filhas a como lidar com a vida.
"Uma sinuca de bico, essa a minha ... ", ela pensava.
- Chegamos. - disse Michele.
- Che-Chegamos? Onde?
Michele entortou a boca e disse, meio rispida:
- Na festa de despedida de solteira da Sandra, onde mais?
- Ah é ... Desculpe, é que estava longe ...
- Eu percebi. Depois conversamos sobre isso, viu? Agora, o que importa é tomar todas as cervejas que pudermos, viu? - Disse Michele rindo.
- Então tá ... - soltou Ana num suspiro. - Espero que essa cerveja me dê forças para as semanas que vêm por ai ...
- Vai dar amiga. Vai dar.
sexta-feira, junho 16
quarta-feira, junho 14
Encontro
Continuação de Subsolo de Garagem
Um homem alto, óculos redondos, cabelos compridos e barba descuidadamente mal-feita brotou entre minha mão e o interfone. Por alguns instantes fico desconcertado. Meu sangue gela.
Era melhor dizer que estava perdido, que procurava pela casa de um fictício Raul ou um abrigo de mendigos.
Ele apenas acenou, despreocupado, sentando-se no muro baixo e acendendo tranquilamente um cigarro. Oh, como eu o odeio. Nenhum sinal de ciúmes com essa visita noturna, com a saída da Ana para festinha com aquelas suas amigas malucas. Com certeza ele já sabia, de antemão, quem eu era e o que fazia lá na frente da casa dela. Com certeza também contaria para a Ana. E eles ririam de mim até tarde. Quem sabe até não já o façam hoje?
Sai do estacionamento para a avenida. O trânsito fluia tranquilamente. A vida noturna apenas acordara naquela hora. Belas jovens iam e viam. Afluíam aos montes aos bares e casas noturnas da região.
Nunca me cansava de ver as luzes dos neons. Amarelo, verde, vermelho, azul, lilás... Não conseguia entender como cores de espectros tão diverso podiam ser mescladas em combinações tão suaves e inebriantes. Ou em outras, como as combinações eróticas dos neons das casas adultas, ávidas por aqueles que quisessem ter uma boa diversão, desde que não tocasse nas "moças" da casa.
Eu mesmo fui a várias dessas casas, ao sair do trabalho. Todas as terça-feiras de cada mês eu saia para algum lugar. Fosse um bar, fosse uma casa erótica, fosse a uma exposição de arte. Fosse o que fosse, invariávelmente eu encontrava companhia.
Uma buzina me faz retornar à vida real. Sei que não era uma boa idéia ir vê-la mas, diabos!, eu tinha esse direito! Talvez nem fosse um direito, apenas aquele sentimento de posse ainda reinante mesmo depois de 3 anos. Anos esses de nenhum relacionamento estável para mim: belas garotas, com as quais gastei até sentir-me amado, meros objetos de uma diversão que nunca durava muito...
O carro parecia sendo guiado sozinho para a casa dela. Sem que eu percebesse já estava a poucas quadras de lá. Olho para minhas mãos e me dou conta do quanto elas estão suadas. Nada de anormal. Quantas vezes já tentei isso e nunca consegui? Realmente é patético um homem de 45 anos como eu não ter a coragem. "Honre as calças que veste", diria meu pai se estivesse aqui ao meu lado. Poucas quadras me separam de sua casa. Meus dedos tiritando ferozmente no volante. "O que eu vou dizer?"
Talvez um “Olá, eu quis ver se você estava bem.”. Não, isso é tão simplório. para não dizer ridículo. Se eu realmente quisesse saber, bastaria um telefonema. Um fax, email, carta, telegrama. Mas dai a me deslocar do outro lado da cidade apenas para perguntar isso?
Quem sabe um “Boa noite! Eu passei aqui por perto e pensei em vê-la.”. Mais ridículo ainda ... Ela sabe que eu moro do outro lado da cidade. Aliás, eu escolhi aquele lugar para morar porque sabia que seria o mais longe possível. Pobre de mim que faz juz ao ditado que diz: "Longe dos olhos, perto do coração ... ". Mesmo assim, quantas noites não passei fora de casa sem dar notícias ou pensar em vê-la?
Paro o carro uma casa antes e observo. A rua está deserta. Olho em volta e percebo apenas sombras de pessoas que passam perto das janelas de suas casas. Ouço gargalhadas abafadas em uma casa perto. Felicidade. Uma tv está ligada na casa da esquerda. A família provavelmente está reunida, curtindo o horário nobre.
Observo a casa. Ainda é a mesma casa em que morava antes de casar comigo. O muro baixo coberto de hera, as margaridas de que tanto gostava, a casa em tons claros. Algumas luzes acesas, sala de jantar, quarto, biblioteca. Tera feito ela uma reforma e mudado tudo? Minha testa franzi ... Afinal, com o dinheiro que ela arrancou-me, umas três casas dessas seriam facilmente construídas.
As árvores plantadas dos dois lados da calçada sempre formaram um teto folhoso que escurecia a rua, com sombras tomando vida e escondendo-se pelos troncos. Lembro-me que foi por isso que ela escolheu essa rua para morar ainda solteira. Mas, assim como em nosso casamento, as sombras que tomavam a vida dessa rua serviram de inspiração para as sombras que se apoderaram de nosso matrimônio ...
Poderia dizer “Oi, é que passei o dia lembrando de você... Posso entrar?”
Meu Deus, para quê tanta franqueza? Eu não preciso disso. Nem ela. Avanço com o carro e paro em frente ao pequeno portão de madeira. O interfone ao alcance de meus dedos. O frio cortante me impede de esticá-los ao encontro do botão. Não sei se tremo de frio ou pela descarga repentina de adrenalina.
Como ela estará? Talvez recém-saída do banho, secando os cabelos cacheados, as pernas longas à mostra no roupão. Ou ocupadíssima na revisão de mais um livro, ainda explorada por aquela editora que nunca pagou o quanto vale seu trabalho. E se ela não quiser me receber? Isso não.
Ela entenderia o que estou passando, seria solidária ou ao menos entenderia. Sua formação em psicologia, suas pós-graduações são para isso, não são? Entender aqueles que já não se entendem. Meus dedos não ousam apertar esse mísero botão...
- Boa noite, posso ajudá-lo?
Um homem alto, óculos redondos, cabelos compridos e barba descuidadamente mal-feita brotou entre minha mão e o interfone. Por alguns instantes fico desconcertado. Meu sangue gela.
-É a casa da Ana,certo? Poderia falar com ela?
Era melhor dizer que estava perdido, que procurava pela casa de um fictício Raul ou um abrigo de mendigos.
- Ela não está. Saiu com umas amigas dos tempos da faculdade. É a despedida de solteira de uma delas, sabe Deus que hora isso pode terminar. Como se chama?
Seu sorriso era cordial e atencioso e naquele momento só desejei que ele morresse. Desconversei e disse:
- Tu-Tudo bem,então. E-Eu volto outro dia.
Ele apenas acenou, despreocupado, sentando-se no muro baixo e acendendo tranquilamente um cigarro. Oh, como eu o odeio. Nenhum sinal de ciúmes com essa visita noturna, com a saída da Ana para festinha com aquelas suas amigas malucas. Com certeza ele já sabia, de antemão, quem eu era e o que fazia lá na frente da casa dela. Com certeza também contaria para a Ana. E eles ririam de mim até tarde. Quem sabe até não já o façam hoje?
Eu sempre detestei seus amigos intelectualóides dos tempos da faculdade, seus interesseiros colegas de trabalho, seus famosos editores, seus parentes sem graça, seus vizinhos intrometidos e ele ali tão à vontade com todos eles!
Vôo pelas ruas, o limite de velocidade nem mais existe. As luzes, que antes passavam lentamente por sobre o parabrisa agora eram meros traços rápidos que se perdiam no caminho. A sensação de imprudência e infração das leis me é agradável. De repente temo pela poça que vi na garagem e sigo mais devagar.
Só quero chegar em casa,tomar um daqueles comprimidos milagrosos que me fazem dormir sem sonhos e esperar que o tempo passe e outro dia comece, me arraste e me prenda em suas teias invisíveis.
Subsolo de garagem
Continuação de No Elevador e Depois
Desço até meu carro. Antes de sair do elevador, que outra vez foi parando de andar em andar, conto até 3. Levanto o pé direito e pulo para fora do elevador. Manias, manias, manias. Ando em linha reta e depois viro à esquerda. Lá está o meu carro, na velha vaga de sempre. Me esperando.
Ouço barulhos abafados de motores roncando em andares inferiores e superiores a esse subsolo de garagem. Ruídos também abafados de conversas. Pessoas rindo, outras conversando ... Nada além de sons fantasmagóricos a reverberar no concreto frio e escuro. As passadas dos meus pés também produzem um som característico, que eu gosto de ouvir. O toque do calçado sobre o concreto me faz lembrar algo controlável, algo ritmado. E assim vou até minha vaga.
Perto do carro, algo me chama a atenção. Paro, a coisa de uns 3 metros do carro. Procuro escutar e observar. Alguma coisa parece errada ... Olho embaixo do carro e há uma poça. Pequena, mas há.
Seria água do radiador? Teria ele se quebrado? Óleo, talvez? Óleo de freio? Não ... apesar do meu gênio intragável, admito, não acho que alguém iria querer me matar. E mesmo nesse instante fica patente minha covardia. Se tenho tanta preocupação de que alguém possa vir me matar ou criar uma situação onde eu morra, como fiquei pensando em me jogar do 17o andar hoje? Imagino não ser nada aquela poça abaixo do meu carro e me concentro em achar a chave do carro dentro do bolso.
Ponho a mão e vasculho o bolso. Encontro-a e puxo-a para fora. Aperto o controle do alarme e, com dois silvos rápidos, o carro está destravado.
Ao entrar, meus dedos novamente ficam tiritando no volante do carro. A velha adrenalina de sempre. Tanto para vir quanto para voltar, ela tem de aparecer nesses momentos. Respiro fundo. O frio me corta a espinha. Nada demais. De manhã eu sentira a mesma coisa.
Mas daquela vez o frio era diferente. Algo me fez pensar em minha vida e de como eu era menos solitário quando casado, ainda que não completamente feliz. Filhos, não os tive. Apenas esposa.
Fomos felizes por um tempo, mas depois as coisas começaram a ficar estranhas. À medida que nos distanciávamos, o casamento ia minguando, pouco a pouco ... Ao me dar conta, percebi que só via minha esposa nos finais de semana. Durante a semana acordava depois dela e chegava em casa apenas após ela já ter ido dormir. Não a acordava para não incomodá-la. Tenho certeza que ela agradecia o meu "cuidado", já que também ela, com certeza, não gostaria de ser acordada. Ainda mais para conversar.
Aliás, conversar sobre o que? Conversar sobre o tempo? A vida? Que vida! A última conversa que tive com ela foi através do meu advogado no caso da separação e consequente divórcio.
Lá se vão alguns anos desde que a vi pela última vez. Hoje, estranhamente, pensei nela o dia inteiro, entre uns afazeres e outros.
Com isso em mente, decidi seguir até a casa dela. Queria encontrá-la, perguntar coisas que não pude perguntar antes, por falta de tempo ou qualquer outra desculpa que eu queira dar a mim mesmo.
Sai com o meu carro às 21:54 do estacionamento. Talvez fosse um mal presságio, já que meu horário costumeiro não era aquele. Bem, decidi arriscar e me dirigi para aquele suburbio onde eu soube ela morava.
Desço até meu carro. Antes de sair do elevador, que outra vez foi parando de andar em andar, conto até 3. Levanto o pé direito e pulo para fora do elevador. Manias, manias, manias. Ando em linha reta e depois viro à esquerda. Lá está o meu carro, na velha vaga de sempre. Me esperando.
Ouço barulhos abafados de motores roncando em andares inferiores e superiores a esse subsolo de garagem. Ruídos também abafados de conversas. Pessoas rindo, outras conversando ... Nada além de sons fantasmagóricos a reverberar no concreto frio e escuro. As passadas dos meus pés também produzem um som característico, que eu gosto de ouvir. O toque do calçado sobre o concreto me faz lembrar algo controlável, algo ritmado. E assim vou até minha vaga.
Perto do carro, algo me chama a atenção. Paro, a coisa de uns 3 metros do carro. Procuro escutar e observar. Alguma coisa parece errada ... Olho embaixo do carro e há uma poça. Pequena, mas há.
Seria água do radiador? Teria ele se quebrado? Óleo, talvez? Óleo de freio? Não ... apesar do meu gênio intragável, admito, não acho que alguém iria querer me matar. E mesmo nesse instante fica patente minha covardia. Se tenho tanta preocupação de que alguém possa vir me matar ou criar uma situação onde eu morra, como fiquei pensando em me jogar do 17o andar hoje? Imagino não ser nada aquela poça abaixo do meu carro e me concentro em achar a chave do carro dentro do bolso.
Ponho a mão e vasculho o bolso. Encontro-a e puxo-a para fora. Aperto o controle do alarme e, com dois silvos rápidos, o carro está destravado.
Ao entrar, meus dedos novamente ficam tiritando no volante do carro. A velha adrenalina de sempre. Tanto para vir quanto para voltar, ela tem de aparecer nesses momentos. Respiro fundo. O frio me corta a espinha. Nada demais. De manhã eu sentira a mesma coisa.
Mas daquela vez o frio era diferente. Algo me fez pensar em minha vida e de como eu era menos solitário quando casado, ainda que não completamente feliz. Filhos, não os tive. Apenas esposa.
Fomos felizes por um tempo, mas depois as coisas começaram a ficar estranhas. À medida que nos distanciávamos, o casamento ia minguando, pouco a pouco ... Ao me dar conta, percebi que só via minha esposa nos finais de semana. Durante a semana acordava depois dela e chegava em casa apenas após ela já ter ido dormir. Não a acordava para não incomodá-la. Tenho certeza que ela agradecia o meu "cuidado", já que também ela, com certeza, não gostaria de ser acordada. Ainda mais para conversar.
Aliás, conversar sobre o que? Conversar sobre o tempo? A vida? Que vida! A última conversa que tive com ela foi através do meu advogado no caso da separação e consequente divórcio.
Lá se vão alguns anos desde que a vi pela última vez. Hoje, estranhamente, pensei nela o dia inteiro, entre uns afazeres e outros.
Com isso em mente, decidi seguir até a casa dela. Queria encontrá-la, perguntar coisas que não pude perguntar antes, por falta de tempo ou qualquer outra desculpa que eu queira dar a mim mesmo.
Sai com o meu carro às 21:54 do estacionamento. Talvez fosse um mal presságio, já que meu horário costumeiro não era aquele. Bem, decidi arriscar e me dirigi para aquele suburbio onde eu soube ela morava.
No elevador e depois
Continuação de Ao cair da noite.
Entro no elevador e logo aperto todos os botões. Meu andar, o 17o, ainda está longe ... Subo ao primeiro andar e ele pára. Pessoas entram. Ao verem todos os botões apertados, olham para mim, com descrédito. Será que eles pensam que sou louco?
Que pensem ... Não me importa. Na verdade, não me importa mesmo nenhum pouco. Há pessoas que me evitam. Quando me vêem, preferem pegar outro elevador. Já fiz muita coisa que gostaria de esquecer.
A cada parada do elevador os andares que se seguem me dão a impressão que vou chegando mais perto do céu. Impressão correta essa, já que subo. Mas será que existe céu? Quem foi que disse que o céu é sobre nossas cabeças? Porque é que acima é bom e abaixo é ruim? Porque não o céu do lado direito e o inferno do lado esquerdo, ou vice e versa?
Depois de uns 5 minutos dentro dessa caixinha hermeticamente selada e inebriado com o som abafado do ventilador de teto que inicia-se a cada movimento do elevador, para cima ou para baixo, acordo no meu andar.
"Décimo Sétimo Andar", a voz eletrônica do elevador anuncia. "Raios, cheguei ... Mais um dia."
O dia transcorre tranquilo, do mesmo jeito que ontem e anteontem e antes de anteontem. Como se fosse uma repetição e eu fosse apenas mais um daqueles bonecos de corda, controlados por alguém acima de mim.
Fico até pouco depois das 21:00 h. Brigo com a secretária, com meus subordinados. Quero fazer uma insurreição contra meus superiores, mas falta-me coragem. 21:34h, hora de voltar. Tal qual o horário de vinda, os 34 minutos me fascinam.
10:34h, 11:34h, 12:34h, 13:34h, 14:34h, 15:34h, 16:34h, 17:34h, 18:34h, 19:34h, 20:34h e, finalmente, 21:34h.
A cada hora, nesse mesmo horário, páro para contemplar o horizonte. Olho a vista, vejo o céu, o chão ... O encontro ao fundo de ambas as partes desse mundo, tão dicotomizado. Céu e inferno. Abaixo e acima. Bem e mal. Amor e Ódio. Capitalismo ou Comunismo.
Vejo os carros correndo abaixo, as pessoas andando em sua loucura de cada dia. Percebo aqueles que andam mais devagar, parecendo ignorar essa corrida louca por algo a mais que não apenas a mesma vidinha de sempre. Tal qual a minha vida, eu diria.
Minha vontade era de quebrar o vidro de plexiglass e me atirar no vazio. Sentir, pela última vez, a pulsação do meu corpo. Sentir, pela última vez, as lufadas de vento que serpenteiam entre esses grandes arranha-céus que aqui circundam.
Mas, como já vi em reportagens, a última coisa que eu conseguiria era quebrar esse vidro. Será mesmo?
De repente sinto uma enorme vontade de pegar minha cadeira e arremessá-la sobre o vidro. Se o fizer, terei de ter sucesso. Se conseguir, alcanço meu objetivo. Se não conseguir, então minha demissão é certa.
Não, me contenho ... Penso que o controle é a melhor coisa. Minha rotina deve ser mantida a todo custo, ainda que eu a odeie. Afinal, não é esse o objetivo das nossas patéticas vidas? Trabalhar, produzir, render dividendos para os acionistas, ganhar enormes bônus de final de ano e não ter sequer onde enfiar tanto dinheiro?
Continuo pensando ... Isso é vida? Mas não conheço outra realidade e mesmo que a vislumbrasse, teria eu coragem para mudar?
Que pensem ... Não me importa. Na verdade, não me importa mesmo nenhum pouco. Há pessoas que me evitam. Quando me vêem, preferem pegar outro elevador. Já fiz muita coisa que gostaria de esquecer.
A cada parada do elevador os andares que se seguem me dão a impressão que vou chegando mais perto do céu. Impressão correta essa, já que subo. Mas será que existe céu? Quem foi que disse que o céu é sobre nossas cabeças? Porque é que acima é bom e abaixo é ruim? Porque não o céu do lado direito e o inferno do lado esquerdo, ou vice e versa?
Depois de uns 5 minutos dentro dessa caixinha hermeticamente selada e inebriado com o som abafado do ventilador de teto que inicia-se a cada movimento do elevador, para cima ou para baixo, acordo no meu andar.
"Décimo Sétimo Andar", a voz eletrônica do elevador anuncia. "Raios, cheguei ... Mais um dia."
O dia transcorre tranquilo, do mesmo jeito que ontem e anteontem e antes de anteontem. Como se fosse uma repetição e eu fosse apenas mais um daqueles bonecos de corda, controlados por alguém acima de mim.
Fico até pouco depois das 21:00 h. Brigo com a secretária, com meus subordinados. Quero fazer uma insurreição contra meus superiores, mas falta-me coragem. 21:34h, hora de voltar. Tal qual o horário de vinda, os 34 minutos me fascinam.
10:34h, 11:34h, 12:34h, 13:34h, 14:34h, 15:34h, 16:34h, 17:34h, 18:34h, 19:34h, 20:34h e, finalmente, 21:34h.
A cada hora, nesse mesmo horário, páro para contemplar o horizonte. Olho a vista, vejo o céu, o chão ... O encontro ao fundo de ambas as partes desse mundo, tão dicotomizado. Céu e inferno. Abaixo e acima. Bem e mal. Amor e Ódio. Capitalismo ou Comunismo.
Vejo os carros correndo abaixo, as pessoas andando em sua loucura de cada dia. Percebo aqueles que andam mais devagar, parecendo ignorar essa corrida louca por algo a mais que não apenas a mesma vidinha de sempre. Tal qual a minha vida, eu diria.
Minha vontade era de quebrar o vidro de plexiglass e me atirar no vazio. Sentir, pela última vez, a pulsação do meu corpo. Sentir, pela última vez, as lufadas de vento que serpenteiam entre esses grandes arranha-céus que aqui circundam.
Mas, como já vi em reportagens, a última coisa que eu conseguiria era quebrar esse vidro. Será mesmo?
De repente sinto uma enorme vontade de pegar minha cadeira e arremessá-la sobre o vidro. Se o fizer, terei de ter sucesso. Se conseguir, alcanço meu objetivo. Se não conseguir, então minha demissão é certa.
Não, me contenho ... Penso que o controle é a melhor coisa. Minha rotina deve ser mantida a todo custo, ainda que eu a odeie. Afinal, não é esse o objetivo das nossas patéticas vidas? Trabalhar, produzir, render dividendos para os acionistas, ganhar enormes bônus de final de ano e não ter sequer onde enfiar tanto dinheiro?
Continuo pensando ... Isso é vida? Mas não conheço outra realidade e mesmo que a vislumbrasse, teria eu coragem para mudar?
terça-feira, junho 13
Protège-moi
Dia mau..Talvez tenha sido a noite bem-dormida. Ou inquietações de quem jurou já não tê-las mas estas me fizeram acordar ainda escuro e pensar, pensar, pensar e pensar... Pensar até chorar ante a minha impotência, minha insignificância (e a insignificância de minhas inquietações). E isso era tudo o que eu não queria, por que estaria a salvo de mim enquanto não pensasse a respeito dessa última semana e tirasse minhas conclusões.(Ao contrário do que possa aparentar depois desse vídeo não foi nenhuma aventura homo, bi, ou sei lá o que...se fosse isso,talvez eu estivesse até menos bolada... talvez...)
Admiro os que estão satisfeitos com suas vidinhas previsíveis, daquelas que os avós dos nossos avós viveram, vidas com valores sem sentido e que vão ser felizes assim. Admiro os inseguros, os incertos, os temorosos, os que esperam as coisas se arrumarem por si mesmas. Estes ainda têm em cima do que jogarem suas culpas.
(Ah,eu queria ter sido um guerreiro e só chorar pelos bravos que tombaram sob minha espada...)
Protège-moi (Placebo)
C'est le malaise du moment
L'épidémie qui s'étend
La fête est finie on descend
Les pensées qui glacent la raison
Paupières baissées, visage gris
Surgissent les fantômes de notre lit
On ouvre le loquet de la grille
Du taudis qu'on appelle maison
Protect me from what I want
Protect me from what I want
Protect me from what I want
Protect me
Protect me
Protège-moi, protège-moi
Sommes nous les jouets du destin
Souviens toi des moments divins
Planants, éclatés au matin
Et maintenant nous sommes tout seuls
Perdus les rêves de s'aimer
Les temps où on avait rien fait
Il nous reste toute une vie pour pleurer
Et maintenant nous sommes tout seuls
Protect me from what I want
Protect me from what I want
Protect me from what I want
Protect me
Protect me
Protect me from what I want (Protège-moi, protège-moi)
Protect me from what I want (Protège-moi, protège-moi)
Protect me from what I want (Protège-moi, protège-moi)
Protect me
Protect me
Protège-moi, protège-moi "
Placebo é música pra adolescente revoltado, o francês do Brian é sexy e adoro essa música... Placebo me lembra minhas amigas, as que gostam de ficar com "bi" e as que são...
Ai, ai ... o mundo não é o mesmo, não mesmo. Decida-se o quão bom ou ruim isso pode ser pra vc.
Dia chuvoso
O dia amanheceu chuvoso. Os pássaros, escondidos entre as folhagens das copas das árvores que circundam minha casa não são mais visíveis ou podem ser ouvidos. Hoje são apenas corpos tentando se proteger do vento e das saraivadas d'água que insistem em açoitar os pequenos.
Paro perto da janela da cozinha. Vejo a água escorrer nos vidros. Gotas que escorrem alternando entre um descer rápido e outro mais contido, dependendo apenas da quantidade d'água presente no caminho.
O bule já canta sua cantiga matinal. Todo dia a mesma coisa. Acordo, coloco a água para ferver e vou tomar banho. Ao terminar o banho, apenas enrolado à toalha, vou até a cozinha para colocar o pão na torradeira.
Volto para vestir algo e ir ao trabalho. Do quarto ouço o característico som da torradeira terminando de torrar o pão. Com o bule fumaçando, preparo meu café. Café forte, necessário para me acordar. Meio sonolento, ainda penso nas pernas de alguma mulher que por ventura tenha visto no dia anterior. Nada demais, apenas devaneios de um homem solitário.
Passo a geléia no pão. Dependendo do dia, prefiro pasta de amendoim, mas penso no meu peso e no quanto aquilo vai contribuir para mais uns centimetros na calça. Passo também manteiga ou como com queijo.
De café tomado, vou até o quarto pegar minha pasta. Como executivo de uma grande empresa, penso em como seria bom ter uma vida mais simples, mais ordinária, mas em companhia de mais pessoas.
Problemas, problemas ... Todos os dias os mesmos fantasmas vêm me assombrar, me lembrando que uma semente é necessária para que nossa vida tenha sentido. De onde tiraram isso? É mesmo necessário deixar uma semente? Acaso eu quero deixar aqui nessa Terra o meu DNA cheio de defeitos? Não ... Prefiro me calar e não revidar a esses fantasmas. Com o tempo, eles perceberão que não adianta, ainda que não desistam nunca.
É função deles me lembrar disso todos os dias. E é minha função rechaçar esses pensamentos.
Saio de casa sempre às 09:34 da manhã, nem um minuto a mais, nem um minuto a menos. Como um relógio suiço, eu me preparo sempre para esse horário. É como se nessa hora uma abertura extra-temporal se formasse em minha passagem pelo caminho, de maneira que a chegada ao trabalho é mais rápida.
Não sei de onde tirei essa idéia, mas sempre chego mais rápido ao sair nessa exata hora.
Entro no carro. Meus dedos ficam tiritando por sobre o volante. Respiro fundo. É necessário sair de casa. A adrenalina que me corre nas veias me dá essa sensação de frio, ainda que não esteja, todos os dias. Queria ter mais coragem de sair de casa, do casulo.
Visto minha máscara de homem independente e acelero. As gotas se quebram no parabrisas, ligado na velocidade 2. Nunca uso a velocidade 1 ou 3. Seguindo pela rua, ligo o som do carro e coloco o CD gravado anos antes, com músicas já conhecidas há muito. Quando o CD quebra ou arranha, gravo outro, com as mesmas músicas, na mesma ordem.
Ouço sempre a primeira música, depois pulo para a quinta. Por fim, volto para a segunda e deixo rolar até a quarta, finalmente pulando para a sexta e deixando que o CD vá até o fim.
Já pensei em gravar um CD com a nova ordem, mas isso implicaria que eu mudasse minha rotina. E isso é sofrível para mim. Nada pode ficar fora do meu controle. Meus objetos, minha vida, minha vida ... Isso é vida? Penso nisso também ao pular da faixa primeira para a quinta.
Mas meu cérebro sempre dá um jeito de justificar, como se fosse necessário encontrar uma justificativa para meu comportamento. Ora, meu comportamento é apenas por que é. Não é necessário explicação ou justificativa.
Sem que ao menos perceba, já estou na empresa. Abro a porta do carro e coloco o pé direito primeiro no chão. Só então, depois de contar de 1 a 20, pausadamente, coloco o outro pé no chão e me levanto. Cato a minha pasta e me ponho a andar em direção a o hall da empresa.
Mais uma vez, me pergunto: isso é vida?
Paro perto da janela da cozinha. Vejo a água escorrer nos vidros. Gotas que escorrem alternando entre um descer rápido e outro mais contido, dependendo apenas da quantidade d'água presente no caminho.
O bule já canta sua cantiga matinal. Todo dia a mesma coisa. Acordo, coloco a água para ferver e vou tomar banho. Ao terminar o banho, apenas enrolado à toalha, vou até a cozinha para colocar o pão na torradeira.
Volto para vestir algo e ir ao trabalho. Do quarto ouço o característico som da torradeira terminando de torrar o pão. Com o bule fumaçando, preparo meu café. Café forte, necessário para me acordar. Meio sonolento, ainda penso nas pernas de alguma mulher que por ventura tenha visto no dia anterior. Nada demais, apenas devaneios de um homem solitário.
Passo a geléia no pão. Dependendo do dia, prefiro pasta de amendoim, mas penso no meu peso e no quanto aquilo vai contribuir para mais uns centimetros na calça. Passo também manteiga ou como com queijo.
De café tomado, vou até o quarto pegar minha pasta. Como executivo de uma grande empresa, penso em como seria bom ter uma vida mais simples, mais ordinária, mas em companhia de mais pessoas.
Problemas, problemas ... Todos os dias os mesmos fantasmas vêm me assombrar, me lembrando que uma semente é necessária para que nossa vida tenha sentido. De onde tiraram isso? É mesmo necessário deixar uma semente? Acaso eu quero deixar aqui nessa Terra o meu DNA cheio de defeitos? Não ... Prefiro me calar e não revidar a esses fantasmas. Com o tempo, eles perceberão que não adianta, ainda que não desistam nunca.
É função deles me lembrar disso todos os dias. E é minha função rechaçar esses pensamentos.
Saio de casa sempre às 09:34 da manhã, nem um minuto a mais, nem um minuto a menos. Como um relógio suiço, eu me preparo sempre para esse horário. É como se nessa hora uma abertura extra-temporal se formasse em minha passagem pelo caminho, de maneira que a chegada ao trabalho é mais rápida.
Não sei de onde tirei essa idéia, mas sempre chego mais rápido ao sair nessa exata hora.
Entro no carro. Meus dedos ficam tiritando por sobre o volante. Respiro fundo. É necessário sair de casa. A adrenalina que me corre nas veias me dá essa sensação de frio, ainda que não esteja, todos os dias. Queria ter mais coragem de sair de casa, do casulo.
Visto minha máscara de homem independente e acelero. As gotas se quebram no parabrisas, ligado na velocidade 2. Nunca uso a velocidade 1 ou 3. Seguindo pela rua, ligo o som do carro e coloco o CD gravado anos antes, com músicas já conhecidas há muito. Quando o CD quebra ou arranha, gravo outro, com as mesmas músicas, na mesma ordem.
Ouço sempre a primeira música, depois pulo para a quinta. Por fim, volto para a segunda e deixo rolar até a quarta, finalmente pulando para a sexta e deixando que o CD vá até o fim.
Já pensei em gravar um CD com a nova ordem, mas isso implicaria que eu mudasse minha rotina. E isso é sofrível para mim. Nada pode ficar fora do meu controle. Meus objetos, minha vida, minha vida ... Isso é vida? Penso nisso também ao pular da faixa primeira para a quinta.
Mas meu cérebro sempre dá um jeito de justificar, como se fosse necessário encontrar uma justificativa para meu comportamento. Ora, meu comportamento é apenas por que é. Não é necessário explicação ou justificativa.
Sem que ao menos perceba, já estou na empresa. Abro a porta do carro e coloco o pé direito primeiro no chão. Só então, depois de contar de 1 a 20, pausadamente, coloco o outro pé no chão e me levanto. Cato a minha pasta e me ponho a andar em direção a o hall da empresa.
Mais uma vez, me pergunto: isso é vida?
Lei de Murphy II (Sorria - amanhã será pior)
Premissas que fazem parte do nosso dia-a-dia...
O êxito de uma demonstração é inversamente proporcional ao numero de pessoas importantes que assistem a essa demonstração.
O êxito de uma demonstração é inversamente proporcional ao numero de pessoas importantes que assistem a essa demonstração.
Se alguma coisa parece que está indo bem, obviamente você se esqueceu de algo.
É impossível fazer algo a prova de tolos, porque os tolos são ingênuos.
Se há possibilidade de várias coisas saírem erradas, aquela que provoca o maior estrago é a que acontecerá primeiro.
Se algo é confidencial, será esquecido na máquina de xerox ou será enviando para uma ampla lista de contatos em seu e-mail.
Lei da Administração do Tempo
Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.
Lei da Procura Indireta
1. O modo mais rápido de se encontrar uma coisa, é procurar outra.
2. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.
Lei da Telefonia
Quando ligam para você:
... Se você tem caneta, não tem papel.
... Se tiver papel, não tem caneta.
... Se tiver ambos, ninguém liga.
PARÁGRAFO ÚNICO: Todo corpo embaixo de um chuveiro faz tocar o telefone.
Lei da Gravidade
Se você consegue manter a cabeça enquanto a sua volta todos estão perdendo a deles, provavelmente você não entende a gravidade da situação.
Lei da Experiência
Só sabe a profundidade da poça quem cai nela.
Lei dos Cursos, provas e afins
1. Se o curso que você mais desejava fazer só tem 'n' vagas, podeter certeza de que você será o aluno 'n' + 1 a tentar e matricular.
2. Oitenta por cento do exame final será baseado na única aula que você perdeu, baseada no único livro que você não leu.
3. Cada professor parte do pressuposto de que você não tem mais o que fazer senão estudar a matéria dele.
PARÁGRAFO ÚNICO: A citação mais valiosa para a sua redação será aquela que você não consegue lembrar o nome do autor.
Lei das Unidades de Medida
Se estiver escrito "Tamanho Único" é porque não serve em ninguém.
Lei da Queda Livre
Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda, provocarámais destruição do que se deixássemos o objeto cair naturalmente.
1. A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo, é proporcional ao valor do tapete.
2. O gato sempre cai em pé.
3. Não adianta amarrar o pão com manteiga nas costas do gato e o jogar no tapete. O gato comerá o pão antes de cair... Em pé.E caso não consiga, o sistema "pão+gato" flutuará.
Lei das Filas e Engarrafamentos
A fila ao lado sempre anda mais rápida.
PARÁGRAFO ÚNICO: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.
PARÁGRAFO ÚNICO: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.
Lei do Esparadrapo
Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda e o que não sai.
Lei da Vida
1. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
2. Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral ou engorda.
2. Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral ou engorda.
Lei da Atração de Partículas
Toda partícula que voa sempre encontra um olho aberto.
Regulamentação do Especialista
1. Especialista é aquele cara que sabe cada vez mais sobre cada vez menos.
2. Superespecialista é aquele que sabe absolutamente tudo sobre absolutamente nada.
2. Superespecialista é aquele que sabe absolutamente tudo sobre absolutamente nada.
AGORA PARA MULHERES
*Homens legais são feios.
*Homens bonitos não são legais.
*Homens bonitos e legais são gays.
*Homens bonitos, legais e heteros estão casados (ou perto disso...)
*Homens não tão bonitos, mas legais, não têm dinheiro.
*Homens não tão bonitos, mas legais e com dinheiro, acham que estamos atrás do dinheiro.
*Homens bonitos e sem dinheiro estão de olho no nosso dinheiro.
*Homens bonitos, não tão legais e razoavelmente heteros não acham que somos bonitas o bastante.
*Homens que nos acham bonitas, que são razoavelmente legais e têm dinheiro são uns galinhas.
*Homens que são razoavelmente bonitos, razoavelmente legais e têm algum dinheiro são tímidos e nunca tomam a iniciativa.
*Homens que nunca tomam a iniciativa, perdem o interesse, automaticamente, quando nós tomamos a iniciativa.
*Homens bonitos não são legais.
*Homens bonitos e legais são gays.
*Homens bonitos, legais e heteros estão casados (ou perto disso...)
*Homens não tão bonitos, mas legais, não têm dinheiro.
*Homens não tão bonitos, mas legais e com dinheiro, acham que estamos atrás do dinheiro.
*Homens bonitos e sem dinheiro estão de olho no nosso dinheiro.
*Homens bonitos, não tão legais e razoavelmente heteros não acham que somos bonitas o bastante.
*Homens que nos acham bonitas, que são razoavelmente legais e têm dinheiro são uns galinhas.
*Homens que são razoavelmente bonitos, razoavelmente legais e têm algum dinheiro são tímidos e nunca tomam a iniciativa.
*Homens que nunca tomam a iniciativa, perdem o interesse, automaticamente, quando nós tomamos a iniciativa.
segunda-feira, junho 12
Ao cair da noite ...
Escuto Ice Queen, do Within Temptation, a todo volume no meu Head Fone. É, eu sei que estou ficando viciado. Mas quem é que tem a ver com isso? Meu fonoaudiologista, talvez. Mas quem vai querer estragar meu prazer de ficar ouvindo esse som quase para estourar os ouvidos? Hummm, bem, também nem tão alto o som assim.
Acho que Deus quis que eu fosse de uma família humilde, sem muita grana para poder esbanjar as coisas. Talvez eu estivesse perdido hoje, caso eu tivesse tido a grana que eu sempre sonhei em ter. Talvez realmente eu fosse mais um caso de um João Roberto da vida, que teria morrido correndo de carro nas ruas agora completamente controladas por radares de Brasília.
Mas que falácia ... Nunca quis ser como o João Roberto. Sempre quis ser eu mesmo, com minhas atitudes, minhas próprias idéias e ideais de vida. Dado isso, minha vida foi e é muito melhor por conta dessas coisas que deixaram de acontecer em minha vida. O simples fato de ter conseguido chegar onde cheguei me deixa impressionado e, por que não dizer, extremamente feliz.
A música segue, alta, forte ... Com suas batidas, fico imaginando uma vida mais fácil, sem tantas dores de cabeça e de analgésicos para combatê-la. Teria mais tranquilidade.
Mas como ter mais tranquilidade? Trabalhando mais? Vivendo mais? Talvez conseguisse conciliar vida a mais em meu trabalho? Ou menos trabalho em minha vida, quem sabe? Porque não tentar inverter uma equação cuidadosamente feita para que tenhamos sempre como respostas aquelas malditas dizimas periódicas que nada nos dizem mas que não dão realmente um resultado preciso?
O professor talvez dissesse que, no caso de uma dizima periódica, bastaria somar 1 ao último número e esse seria o resultado, de maneira que 3,333333 não seria correto mas 3,33334 sim. Grande coisa, grande mudança.
Em nossa vida muita coisa parece dessa maneira. Resultado? Empate técnico. Mas que droga! Pensar que eu mesmo sempre teorizei que a vida era tão fácil ... Fácil mesmo é sentar-se à sombra e esperar a morte chegar, como diria Raulzito em Ouro de Tolo ...
O difícil é mudar. Teorizar, como diria minha amiga A..., é fácil. E que tal uma atitude, uma mudança que realmente faça valer em alguma coisa essa coisa patética e curta a que chamamos vida?
E eis que a vida nos atropela. Ainda que sem uma ligação realmente correta, parece-me que é como nessa última parte da música: Whenever she is raging she takes all life away (A qualquer hora em que ela estiver raivosa ela tomará a vida).
É como acontece em nossas vidas. Mudanças são dificeis, ainda que necessárias. Se não fossemos mutantes, não teríamos conseguido tanto. A vida não é brincadeira e, quando menos esperamos, lá está ela nos atropelando, dizendo que brincamos ou que passamos do ponto. Experimente dormir no banco do ônibus para ver no que dá?
De batalha em batalha vou tentando manter-me em pé nessa guerra do dia a dia. Não é fácil.
Ruinas do nosso mundo ...
Por fim, quem entendeu meu recado entendeu. Quem não entendeu, nem me pergunte. Talvez nem eu mesmo tenha entendido ...
When leaves have fallen
And skies turned into grey.
The night keeps on closing in on the day
A nightingale sings his song of farewell
You better hide for her freezing hell
Acho que Deus quis que eu fosse de uma família humilde, sem muita grana para poder esbanjar as coisas. Talvez eu estivesse perdido hoje, caso eu tivesse tido a grana que eu sempre sonhei em ter. Talvez realmente eu fosse mais um caso de um João Roberto da vida, que teria morrido correndo de carro nas ruas agora completamente controladas por radares de Brasília.
Mas que falácia ... Nunca quis ser como o João Roberto. Sempre quis ser eu mesmo, com minhas atitudes, minhas próprias idéias e ideais de vida. Dado isso, minha vida foi e é muito melhor por conta dessas coisas que deixaram de acontecer em minha vida. O simples fato de ter conseguido chegar onde cheguei me deixa impressionado e, por que não dizer, extremamente feliz.
On cold wings she's coming
You better keep moving
For warmth, you'll be longing
Come on just feel it
Don't you see it?
You better believe it.
A música segue, alta, forte ... Com suas batidas, fico imaginando uma vida mais fácil, sem tantas dores de cabeça e de analgésicos para combatê-la. Teria mais tranquilidade.
Mas como ter mais tranquilidade? Trabalhando mais? Vivendo mais? Talvez conseguisse conciliar vida a mais em meu trabalho? Ou menos trabalho em minha vida, quem sabe? Porque não tentar inverter uma equação cuidadosamente feita para que tenhamos sempre como respostas aquelas malditas dizimas periódicas que nada nos dizem mas que não dão realmente um resultado preciso?
O professor talvez dissesse que, no caso de uma dizima periódica, bastaria somar 1 ao último número e esse seria o resultado, de maneira que 3,333333 não seria correto mas 3,33334 sim. Grande coisa, grande mudança.
Em nossa vida muita coisa parece dessa maneira. Resultado? Empate técnico. Mas que droga! Pensar que eu mesmo sempre teorizei que a vida era tão fácil ... Fácil mesmo é sentar-se à sombra e esperar a morte chegar, como diria Raulzito em Ouro de Tolo ...
When she embraces
Your heart turns to stone
She comes at night when you are all alone
And when she whispers
Your blood shall run cold
You better hide before she finds you
O difícil é mudar. Teorizar, como diria minha amiga A..., é fácil. E que tal uma atitude, uma mudança que realmente faça valer em alguma coisa essa coisa patética e curta a que chamamos vida?
Whenever she is raging
She takes all life away
Haven't you seen?
Haven't you seen?
The ruins of our world
E eis que a vida nos atropela. Ainda que sem uma ligação realmente correta, parece-me que é como nessa última parte da música: Whenever she is raging she takes all life away (A qualquer hora em que ela estiver raivosa ela tomará a vida).
É como acontece em nossas vidas. Mudanças são dificeis, ainda que necessárias. Se não fossemos mutantes, não teríamos conseguido tanto. A vida não é brincadeira e, quando menos esperamos, lá está ela nos atropelando, dizendo que brincamos ou que passamos do ponto. Experimente dormir no banco do ônibus para ver no que dá?
She covers the earth with a breathtaking cloak
The sun awakes and melts it away
The world now opens its eyes and sees
The dawning of a new day
De batalha em batalha vou tentando manter-me em pé nessa guerra do dia a dia. Não é fácil.
Whenever she is raging
She takes all life away
Haven't you seen?
Haven't you seen?
The ruins of our world
Ruinas do nosso mundo ...
Por fim, quem entendeu meu recado entendeu. Quem não entendeu, nem me pergunte. Talvez nem eu mesmo tenha entendido ...
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