"Oh eu, oh vida
Das perguntas sempre iguais
Dos interminaveis comboios de descrentes
Das cidades a abarrotar de idiotas
O que há de bom no meio disto
Oh eu, oh vida?" (Walt Whitman)
Nesses dias me sinto só como poucas vezes foi.Sei lá mesmo se é solidão ou descrença. Não deve ser coisa alguma. E de tudo que me espanta, sou eu a mais assustadora das coisas. A coisa impensada, a incriável, temorosa como se o movimento dos astros fosse dar cabo de minhas forças.
E cansada. Como se trabalhasse de sol a sol, jogada no vento e chuva, açoitada por mares e pedras. Cansada até para pensar no que ando fazendo (se devia ter feito ou desfeito) e se meus passos- nada largos- me levam mesmo a alguma estrada.
O que há de bom no meio disto?
Realmente, o que há? Não serei eu, certamente. Pelos dias que se seguem e as palavras vertidas nesse chão escuro. Tão escuro ...
Algo me incomoda mas ao certo não sei do que se trata. E nem é a frieza dos abraços ou o que há de oculto nos olhares alheios e rimas pobres.
Há coisas que preferia não tê-las feito, esquecer definitavamente delas, ou encarar como parte da vida, que acontecem e pronto. E sair dessa escravidão...
Há mais lá fora. Mesmo que eu não consiga ver da janela.