sábado, julho 15

Tristeza


Damien Rice - The Blower's Daughter
by Bob Creme/Bob Gaudio

and so it is
just like you said it would be
life goes easy on me
most of the time

and so it is
the shorter story
no love no glory
no hero in her skies

i can't take my eyes off of you

and so it is
just like you said it should be
we'll both forget the breeze
most of the time

and so it is
the colder water
the blower's daughter
the pupil in denial

i can't take my eyes off of you
did I say that I loathe you?
did I say that I want to
leave it all behind?

i can't take my mind off of you
my mind

'til I find somebody new

quarta-feira, julho 12

Assombração

Encontrei um site cheio de histórias de terror. Não vou dizer ainda o link dele para que não possam ir lá dar uma olhadinha ...hehehehe.

Mas vou colar algumas delas, as que eu achar mais tenebrosas. Eu mesmo não tenho nenhuma história de terror para contar. Nada assim de tão extraordinário aconteceu comigo ... Acho que muito porque nunca acreditei mesmo nisso.

De qualquer forma, colo aqui a história:

Olhos Vermelhos

Na época que essa história aconteceu eu tinha 18 anos. Eu e a minha namorada geralmente íamos para uma casa abandonada aqui na cidade, para namorar um pouco, mas a policia local fechou a casa e colocou cercas em volta por causa de vandalismo.

Então na esperança de encontrar um outro lugar calmo para os nossos encontros, eu rodei os arredores da cidade e acabei achando um cemitério que estava desativado. Ela não gostou muito da idéia, mas como ela não encontrou nenhum outro lugar mais calmo, ela concordou em ir para lá.

Então nós fomos para lá. Eu entrei pelo que parecia ser a parte de trás do cemitério, não tinha nem cercas. Era muito velho aquele cemitério. Então eu parei o carro no que eu achei ser um bom local.

Nós estávamos nos beijando quando eu ouvi um barulho. Eu não sabia o que era, mas não estava tão curioso assim, então eu tentei esquecer do barulho. Mas ai eu ouvi de novo. Parecia que estava vindo de trás do carro. Eram duas batidas rápidas. Eu parei de beijar a minha namorada e comecei a prestar atenção, e nada.

Quando eu ia abraçar ela, de novo o barulho. Eu resolvi sair do carro para ver o que podia ser. Estava frio lá fora, eu podia ver a minha respiração sair da minha boca. Eu olhei em volta, mas não vi nada e como estava frio eu resolvi entrar de novo. Quando eu estava virando eu vi os dois olhos vermelhos se mexendo atrás do carro do carro. Eu fiquei em choque. Eu não podia ver direito por causa da escuridão, mas eu podia ver o suficiente. Era uma criatura parecida com um demônio pequeno e pálido (é, vai ver ele tinha problemas de anemia...).

De vez em quando ele dava dois pulinhos rápidos. Eu fiquei lá parado olhando aquilo fascinado (putz, o cara tava com medo ou fascinado?) por quase um minuto. Eu não sabia o que ele estava fazendo ou por que, mas aparentemente não tinha me visto.

Então a minha namorada baixou o vidro colocou a cabeça pra fora e perguntou se estava tudo bem. O bicho notou a voz alta dela e virou pra mim, me olhando com aqueles olhos vermelhos cheios de ódio. Ele fez um som parecido com aquele que gato faz quando arrepia todo e mordeu o ar umas duas vezes.

Eles eram pequenos e pontudos. Eu gritei e tentei abrir a porta do carro. Quando eu abri a minha namorada que estava apoiada nela caiu no chão. Ela começou a me xingar, mas eu peguei ela e joguei pra dentro do carro de novo. Eu ia entrar quando o demoniozinho pulou em mim. Mas quando ele devia der me acertado, ele me atravessou como se eu não existisse (Ai, ai ... O que as drogas não fazem com o sujeito ... tsk tsk tsk).

Ele caiu no chão do outro lado e afundou nele. Eu olhei para o chão por um momento tentando entender o que tinha acontecido, então eu entrei no carro e tranquei a porta. A minha namorada nunca viu ele.

Ela só ficou perguntando o que tinha acontecido, quando do angulo que ela estava deveria ter visto tudo. Mais tarde eu perguntei se ela tinha ouvido os barulhos, mas ela também não tinha ouvido nada. Isso tudo aconteceu cinco anos atrás.

Mas ainda, sempre que eu lembro daquela noite, e aqueles olhos vermelhos
cheios de fúria, eu sinto calafrios.


Comentários do autor desse post em Negrito e em cor destacada.

Tá, podem dizer. Essa história é simplesmente RIDÍCULA! Pareceu enredo de filme de terror de 5a, não? Todos eles são assim ... O casal de mocinhos vai até um local ermo. Lá, ficam naquele agarra agarra (já perceberam como os filmes de terror são meio eróticos?) Sempre na hora do bem bom aparece algum fantasma/psicótico/Jayson para matá-los.

Sinceramente, acho que todos os personagens ruins desses filmes eram tarados voyeurs. E que queria ver mais de perto, apenas isso. Só que sempre o casal acaba se assustando e correndo.

Dai, vira uma lenda urbana ...

terça-feira, julho 11

Fé cega das multidões

Às vezes temos inquietações que realmente são perturbadoras. Quaisquer que sejam as questões que nos perseguem, temos de dar respostas a elas. Ainda que essas respostas não sejam aquelas que procuramos mas, se nos satisfizerem ou nos derem uma pseudo-resposta, podemos conviver com a dúvida por mais algum tempo.
 
Se Deus existe é uma delas. Quero dizer, como uma amiga minha está me dizendo nesse exato momento, ela acha que perdeu sua fé. E o que é Fé? Acreditar sem ver, sem sentir, sem perceber sua presença?
 
Eu acho que Deus está presente nas pequenas coisas do dia a dia. Tá, isso é uma falácia. Não acredito nisso. Não acredito que Deus esteja presente em todas as pequenas coisas do dia a dia. Eu quis e quero acreditar nisso, mas minha racionalidade fria e calculista não me permite tal desatino.
 
Eu acredito (ou acho que acredito) que Deus está lá em cima, ou aqui do lado, ou dentro de mim ou me olhando como um companheiro sentado na cadeira ao lado, me fitando, me analisando. Talvez ele leia meus pensamentos. Ou talvez apenas pode imaginar o que se passa dentro de mim.
 
Mas dai, o que mais seria necessário para que eu tivesse uma fé inabalável? Acho que é do ser humano duvidar, questionar. Não foi assim que fomos criados? Para pensar? E, pensando, indagar? Tese - Antitese - Síntese. E vamos andando por esse mundo, nesse Vale da sombra da morte.
 
Só sei que não posso crer que viemos a esse mundo apenas para comer e consumir e depois, morrer.
 
A vida seria uma coisa muito triste sem algo a mais. E para onde vai o meu eu depois dessa vida? Desaparece? Eu simplesmente deixo de existir? Vou cessando, apenas e inexoravelmente?
 
Não posso acreditar nisso. Tenho de acreditar em algo maior, melhor que o que somos nessa vida.
 
De qualquer forma, nossa dúvida e de cada um de nós somente será dada no momento de nossa morte.
 
Tomara que Deus esteja lá, do outro lado, me esperando.

segunda-feira, julho 10

Céu sem nuvens

"Vivi, estudei,amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possivel fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso"

Álvaro de Campos - Tabacaria


Não sei qual bruxaria há em Fernando Pessoa, ou a estranheza em mim ao ler esse poema ( que cada vez é mais cortante). Todas as vezes, todo o tempo. Já me disseram que é como se houvesse uma nuvenzinha negra por sobre minha cabeça, sempre sempre. Mas acho que não. Olho as nuvens pelas janelas do celeiro. Elas não se afastam e me fazem sombra - e escuridão.

E tenho tanto medo parar e organizar minhas idéias e descobrir-me algo sem fé, sem aquelas doces certezas, sem ter por quem chamar quando eu me sentir só ou temer por aqueles a quem amo ou quando coisas boas aconteceram ter um nome a quem dar graças... E ja me senti sujo por isso. Hoje não sinto mais. E isso é tão pior. Eu nem me pergunto quem sou, onde estou, pra onde vou... simplesmente não interessa. Eu sempre tive medo de perder minha fé. E se sempre foi assim é por que eu nunca a tive. Essas nuvens de tempestade não são de hoje. E nem por que não creio elas foram embora. Ainda há algo aqui. E eu nem faço idéia do que seja.Talvez haja mesmo mais que nuvens no céu.


A cerveja...A mãe de todas as bebidas e tbm da civilização

Há dias eu deveria ter escrito esse post sobre cerveja e assim dar por encerada a I Semana Etanólica desse blog. Agradeço de todo o coração (se é que ele se presta a outras utilizações que não bombear sangue) aos outros colaboradores do Nocte Cellariu que se controlaram em não cobrar e não perguntar. Estão vendo? Demorou, mas está aqui.

Arqueólogos, antropólogos, historiadores, químicos e desocupados em geral estimam que ela esteja entre nós há quase oito mil anos (alguns dizem a 12 mil... Não seremos tão otimistas aqui). Veio com a fermentação dos cereais e, junto com o nosso velho e conhecido pão, fez com que o homem se cansasse da dura vida de caçador-coletor pensasse em cultivar a terra, criar raízes, ter um pedaçinho de solo, ver as plantas crescendo conforme o ritmo das estações (hum... e como as primeiras contagens de tempo foram feitas a partir das luas para precisar a hora de plantar e colher, talvez deva à cerveja – e ao pão- até nosso calendário... putz!) e toda essa lengalenga. Daí, passamos a viver mais tempo no mesmo lugar, comer e beber melhor, ver os filhos crescerem, passar menos tempo correndo atrás da comida (literalmente, já que agora é só esperar crescer,lembram?) e desse nosso ócio surgiu a civilização.Sem falar que cerveja foi um complemento alimentar importantíssimo, rica em carboidratos, proteínas e mais pura do que a água que nossos ancestrais utilizavam então. Some a isso a sensação gostosa depois de alguns goles... Um presente dos deuses!

E ninguém consegue chegar a um consenso a respeito de um certo mistério...Quem veio primeiro: o pão ou a cerveja? Sabe-se apenas que a cerveja não foi inventada, mas descoberta... Alguém não guardou direito sua cevada, ela ficou exposta á umidade e fermentou (Santos fungos, presentes em todo lugar! Longa vida ao Saccharomyces). E, claro, alguém provou daquele troço escuro, grosso e de odor e sabor até então desconhecido e gostou. E tentou fazer mais... Ainda bem que conseguiu!

Não vou me delongar na evolução desse líquido tão querido. Tenho algo interessante a dizer: cerveja é saudável e nutritiva! Só precisa ser apreciada com moderação. A cerveja é rica em silíco, piridoxina, ácido fólico e outras vitaminas do complexo B, E, C e A, polifenois antioxidantes, fibra solúvel (tanto quando suco de laranja), silício, sódio, potássio, magnésio, selênio, fósforo, 18 aminoácidos (dos 20 existentes... é muita coisa...), manganês, cobre e zinco... Bem completa, não?Além de ser diurética.

Isso é uma boa para quem tem algum preconceito (sim, isso existe... eu era assim). Ela é muito pop, figura entre as menos românticas, poética e aventureiras bebidas alcoólicas, mas “gente boa”. E quanto ao meu preconceito... Provei a mais velha das bebidas quando tinha 11 anos. Alguém vacilou uma lata na geladeira e provei. Eca! Amarga! Como meu pai fazia uma cara tão boa enquanto bebia? Será que fazia parte de alguma prova de coragem, como chupar limão azedo sem fazer careta? Outros 11 anos se passaram e estou em outra cidade (Nossa! Isso faz exatamente 2 anos hoje! Que coincidência! Oh, havia uma razão especial para ter atrasado tanto o post!!), com uns gaúchos loucos por cerveja na choperia que ostenta o título de ter o mais famoso chopp do Brasil. Nossa! Como era bom! Então, fiz as pazes com ela.