terça-feira, fevereiro 6

Enganai-me sempre assim


Contos Libertinos - Marquês de Sades -Enganai-me sempre assim

No mundo há poucos seres tão libertinos quanto o cardeal de.... do qual, considerando-se que ainda seja homem saudável e vigoroso, permiti-me guardar o nome em segredo. Sua eminência tem um acordo feito em Roma com uma dessas mulheres cuja profissão oficiosa é fornecer aos devassos objetos necessários ao alimento de suas paixões; todas as manhãs ela leva até ele uma jovem de no máximo treze a catorze anos, a qual monsenhor só usufrui da maneira inconveniente com que os italianos não raro se deliciam, de modo que a vestal, saindo das mãos de Sua Grandeza tão virgem quanto antes, possa, uma segunda vez, ser vendida como nova a algum libertino mais decente.

A matrona, totalmente a par das máximas do cardeal, não encontrando, certo dia, a seu alcance, o objeto cotidiano o qual era obrigação sua fornecer, imaginou travestir como uma menina um belíssimo menino do coro da igreja do chefe dos apóstolos; colocaram-lhe uma peruca, uma touca, saiotes, e todo o aparato falso que se devia impor ao santo homem de Deus. Todavia, não se lhe pôde conferir o que realmente ter-lhe-ia assegurado semelhança total com o sexo que ele imitava; mas essa circunstância muito pouco embaraçava a alcoviteira... - Ele não pôs as mãos lá nestes dias, - dizia àquela dentre suas companheiras que a ajudava na trapaça ele só visitará, com toda a certeza, o que assemelha essa criança a todas as meninas do universo; assim, nada devemos temer...

A mãezinha se equivocara; decerto ignorava que um cardeal italiano era homem de tato muito delicado, e gosto apurado o bastante para se enganar em semelhantes coisas; chega a vítima, o grande padre a imola, mas ao estremecer pela terceira vez:

- Per Dio santo, - exclama o homem de Deus - sono ingannato, questo bambino è ragazzo, mai non fu putana!

E ele verifica... Contudo, nada acontecendo de muito embaraçoso para um habitante da santa cidade nesse lance aventuroso, sua eminência prossegue, dizendo, talvez, como esse camponês a quem se serviu trufas como batatas: Enganai-me sempre assim. Mas quando a operação terminou:

- Senhora, - diz ele à aia - não vos censuro por vossa confusão.

- Monsenhor, desculpai-me.

- Como vos disse, não vos censuro, mas quando isso acontecer-vos de novo, não deixai de advertir-me, porque... o que eu não vir no primeiro momento, verei neste aqui.


....

Therese Berkley


Estava eu lendo Contos Libertinos do Marquês de Sade quando escuto um do lado de fora. A Superinteressante arremessada pelo carteiro (tudo bem... Pra que chamar o dono da revista se você pode jogá-la em uma poça d'água? Santo saquinho plástico! pois é...voltando ao assunto do post...voltando...) Nesse mês, há uma página -necessitava mais...) falando sobre Therese Berkley. Coincidência sacana, no bom sentido ( caso isso for possível). Dona de um bordel em Londres frequentado por nobres, Therese Berkley era prática nos ensinamentos de um livro chamado Tratado sobre o Uso do Açoite. Naquela época, casas especializadas em flagelação eram moda entre os nobres ingleses apanhar na cama e a mulher era famosa (até o rei George 4º ia por lá...).
A doida criou um brinquedinho diferente, que parece um pau-de-arara invocado (dá-lhe instrumentos de tortura), o cavalo de Berkley pra rodar, doer, girar, doer... (pena q a única ilustração que achei do mimo foi na Super e vcs não poderão vê-lo por aqui...).
ui!
deixa pra lá essa minha empolgação...

dominatrix
Sacher-Masoch
Berkley
Sade

hum hum....não irei postar fotos[minhas]de cinta-liga...
=P