terça-feira, julho 11

Fé cega das multidões

Às vezes temos inquietações que realmente são perturbadoras. Quaisquer que sejam as questões que nos perseguem, temos de dar respostas a elas. Ainda que essas respostas não sejam aquelas que procuramos mas, se nos satisfizerem ou nos derem uma pseudo-resposta, podemos conviver com a dúvida por mais algum tempo.
 
Se Deus existe é uma delas. Quero dizer, como uma amiga minha está me dizendo nesse exato momento, ela acha que perdeu sua fé. E o que é Fé? Acreditar sem ver, sem sentir, sem perceber sua presença?
 
Eu acho que Deus está presente nas pequenas coisas do dia a dia. Tá, isso é uma falácia. Não acredito nisso. Não acredito que Deus esteja presente em todas as pequenas coisas do dia a dia. Eu quis e quero acreditar nisso, mas minha racionalidade fria e calculista não me permite tal desatino.
 
Eu acredito (ou acho que acredito) que Deus está lá em cima, ou aqui do lado, ou dentro de mim ou me olhando como um companheiro sentado na cadeira ao lado, me fitando, me analisando. Talvez ele leia meus pensamentos. Ou talvez apenas pode imaginar o que se passa dentro de mim.
 
Mas dai, o que mais seria necessário para que eu tivesse uma fé inabalável? Acho que é do ser humano duvidar, questionar. Não foi assim que fomos criados? Para pensar? E, pensando, indagar? Tese - Antitese - Síntese. E vamos andando por esse mundo, nesse Vale da sombra da morte.
 
Só sei que não posso crer que viemos a esse mundo apenas para comer e consumir e depois, morrer.
 
A vida seria uma coisa muito triste sem algo a mais. E para onde vai o meu eu depois dessa vida? Desaparece? Eu simplesmente deixo de existir? Vou cessando, apenas e inexoravelmente?
 
Não posso acreditar nisso. Tenho de acreditar em algo maior, melhor que o que somos nessa vida.
 
De qualquer forma, nossa dúvida e de cada um de nós somente será dada no momento de nossa morte.
 
Tomara que Deus esteja lá, do outro lado, me esperando.

Um comentário:

D disse...

Desatino somos nós,os incrédulos.
Felizes são os que vêem Deus na bela manhã de sol ou nos relâmpados da tempestade.Esses sim são os bem-aventurados!
e nós, os miseráveis.