Há dias eu deveria ter escrito esse post sobre cerveja e assim dar por encerada a I Semana Etanólica desse blog. Agradeço de todo o coração (se é que ele se presta a outras utilizações que não bombear sangue) aos outros colaboradores do Nocte Cellariu que se controlaram em não cobrar e não perguntar. Estão vendo? Demorou, mas está aqui.
Arqueólogos, antropólogos, historiadores, químicos e desocupados em geral estimam que ela esteja entre nós há quase oito mil anos (alguns dizem a 12 mil... Não seremos tão otimistas aqui). Veio com a fermentação dos cereais e, junto com o nosso velho e conhecido pão, fez com que o homem se cansasse da dura vida de caçador-coletor pensasse em cultivar a terra, criar raízes, ter um pedaçinho de solo, ver as plantas crescendo conforme o ritmo das estações (hum... e como as primeiras contagens de tempo foram feitas a partir das luas para precisar a hora de plantar e colher, talvez deva à cerveja – e ao pão- até nosso calendário... putz!) e toda essa lengalenga. Daí, passamos a viver mais tempo no mesmo lugar, comer e beber melhor, ver os filhos crescerem, passar menos tempo correndo atrás da comida (literalmente, já que agora é só esperar crescer,lembram?) e desse nosso ócio surgiu a civilização.Sem falar que cerveja foi um complemento alimentar importantíssimo, rica em carboidratos, proteínas e mais pura do que a água que nossos ancestrais utilizavam então. Some a isso a sensação gostosa depois de alguns goles... Um presente dos deuses!
E ninguém consegue chegar a um consenso a respeito de um certo mistério...Quem veio primeiro: o pão ou a cerveja? Sabe-se apenas que a cerveja não foi inventada, mas descoberta... Alguém não guardou direito sua cevada, ela ficou exposta á umidade e fermentou (Santos fungos, presentes em todo lugar! Longa vida ao Saccharomyces). E, claro, alguém provou daquele troço escuro, grosso e de odor e sabor até então desconhecido e gostou. E tentou fazer mais... Ainda bem que conseguiu!
Não vou me delongar na evolução desse líquido tão querido. Tenho algo interessante a dizer: cerveja é saudável e nutritiva! Só precisa ser apreciada com moderação. A cerveja é rica em silíco, piridoxina, ácido fólico e outras vitaminas do complexo B, E, C e A, polifenois antioxidantes, fibra solúvel (tanto quando suco de laranja), silício, sódio, potássio, magnésio, selênio, fósforo, 18 aminoácidos (dos 20 existentes... é muita coisa...), manganês, cobre e zinco... Bem completa, não?Além de ser diurética.
Isso é uma boa para quem tem algum preconceito (sim, isso existe... eu era assim). Ela é muito pop, figura entre as menos românticas, poética e aventureiras bebidas alcoólicas, mas “gente boa”. E quanto ao meu preconceito... Provei a mais velha das bebidas quando tinha 11 anos. Alguém vacilou uma lata na geladeira e provei. Eca! Amarga! Como meu pai fazia uma cara tão boa enquanto bebia? Será que fazia parte de alguma prova de coragem, como chupar limão azedo sem fazer careta? Outros 11 anos se passaram e estou em outra cidade (Nossa! Isso faz exatamente 2 anos hoje! Que coincidência! Oh, havia uma razão especial para ter atrasado tanto o post!!), com uns gaúchos loucos por cerveja na choperia que ostenta o título de ter o mais famoso chopp do Brasil. Nossa! Como era bom! Então, fiz as pazes com ela.
Um comentário:
Hahahah. Vinha lendo esse blog já há algum tempo e não tinha ainda comentado. Mas dessa vez não resisti. Realmente foi o melhor post de todos. :)
Ri a beça com a coisa de você ver seu pai bebendo a cerveja dele e não fazendo cara feia. Eu também pensava assim: "Mas q troço amargo! Como alguém gosta disso?"
E, respondendo à sua pergunta, a cerveja deve ter vindo primeiro ... hahahaha.
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